Em seu primeiro ano de mandato como presidente do Rio Branco, o advogado Cláudio Bonaldo escreve seu nome na história do clube de Americana. Sob seu comando, o time de futebol chegou à final do Campeonato Paulista da Série A4 e garantiu presença na Série A3 da próxima temporada.
“Sempre acreditei no nosso acesso. Fruto do trabalho e da dedicação de todos. E vem mais coisa boa por aí”, afirmou o dirigente. Em entrevista ao O JOGO, Cláudio citou a reestruturação do clube como um todo e o orgulho do riobranquense em voltar a acreditar a cantar o hino. Confira!
O JOGO – Quais as principais virtudes do Rio Branco na Série A4, dentro e fora de campo?
CLÁUDIO BONALDO – A conexão e a comunhão foram primordias, tanto da equipe técnica quanto de jogadores e diretoria. O apoio forte da torcida tem papel importantíssimo aos últimos acontecimentos. São virtudes do Rio Branco Esporte Clube. Porém, a maior de todas as virtudes foi a fé, em conjunto com a parceria direta entre jogadores, equipe e diretoria. O sonho de conquistar o acesso não era algo da particularidade de alguns, mas foi aderido por toda a equipe. A força e garra (desistir nunca foi uma opção) até aos 49 minutos do segundo do tempo, literalmente, também é uma das maiores virtudes.
O JOGO – Qual o tamanho da sua emoção com o acesso?
CLÁUDIO – A minha emoção é indescritível. Só eu, Gilson Bonaldo (vice de Futebol) e Vinicius Carreon (vice Financeiro) sabemos de fato o que é, depois de anos, poder descansar a cabeça no travesseiro com paz de espírito e o coração cheio de gratidão. São anos de intenso, árduo e sério trabalho, trabalho desde a parte administrativa, de reestruturação do clube em si, da imagem que tinha perdido e especialmente do futebol. A sensação é que finalmente, depois de tanto trabalho, estudo, de doação inimaginável, as coisas no futebol começaram a dar certo e é só o começo.
O JOGO – Em algum momento chegou a pensar que não conseguiria o acesso?
CLÁUDIO – É lógico que em alguns momentos, especialmente naqueles em as coisas não estão se encaixando, apesar dos intensos esforços, senti um flash de insegurança, mas para dizer a verdade, acho até que essa é uma das minhas maiores virtudes, pois sempre fui e sou muito positivo. Sempre acreditei no acesso. A cada erro, buscamos incessantemente resolver o problema, erguer a cabeça e lutar com mais garra.
O JOGO – Em qual momento você passou a acreditar que o acesso era efetivamente possível?
CLÁUDIO – Como já mencionei, há anos acredito fortemente no acesso. Esse foi o momento certo, o momento em que todos estavam conectados em busca do mesmo ideal, com a mesma garra, seriedade, trabalho duro e fé. Sempre acreditei!
O JOGO – Onde vocês acertaram e onde erraram?
CLÁUDIO – Acredito que acertamos na montagem da equipe, de todo elenco desde o início. De fato, o futebol é um esporte para pessoas de coragem, que muda e recalcula a rota quando precisa. Apesar de ser um esporte, somos e lidamos com seres humanos, muitas vezes há maior desgaste da parte de alguns, Outrora, o que fazia imenso sentido e vinha dando muito certo, pode passar a não surtir mais o efeito que se espera. Somos seres humanos, repito, vivendo e aprendendo a cada dia. Portanto, acertamos, erramos, e quando erramos, especialmente naqueles resultados negativos em campo, buscamos rever e sanar os problemas, dia após dia.
O JOGO – A mudança de técnico foi determinante para a campanha vitoriosa?
CLÁUDIO – Acredito que sim. O Valmir (Israel), a quem tenho imensa gratidão e respeito, foi excelente no desempenho de suas funções. Se chegamos onde estamos, com toda certeza o trabalho sério e profissional dele fez a diferença. Porém, como é sabido, no futebol tem momentos que a direção muda, e, como disse anteriormente, o que era êxito, passa a não funcionar mais, é preciso recalcular, inovar para conquistar os objetivos, exatamente o que aconteceu. Aproveito para agradecer e parabenizar o nosso técnico Raphael Pereira, que assumiu em momento complicado e desempenhou com bravura e excelência, juntamente com nosso experiente e capacitado coordenador técnico Leandro Mehic.
O JOGO – O que você espera dos jogos finais contra a Francana?
CLÁUDIO – Espero a mesma garra, o mesmo trabalho duro e sério dos nossos jogadores, da equipe, bem como o apoio da nossa gigante torcida. O título é nosso!
O JOGO – O que dizer da torcida?
CLÁUDIO – O Rio Branco agradece demasiadamente o fervoroso e de peso apoio dado pela torcida, que foi fundamental para alçarmos o resultado galgado. Contamos com esse intenso apoio na busca do título e especialmente nessa nova fase na A3.
O JOGO – O que o torcedor pode esperar do Rio Branco na Copa Paulista e na Série A3?
CLÁUDIO – Trabalho duro, força, garra, superação, determinação até o último segundo de jogo, tanto em campo quanto nos bastidores pela equipe e diretoria.
O JOGO – O Cláudio torcedor, que ia ao estádio com o pai, imaginava que um dia seria o presidente que tiraria o Rio Branco da 4ª Divisão?
CLÁUDIO – Realmente é a realização de um sonho de toda família, que ama futebol, ama Americana e, especialmente, tem imenso amor e respeito pelo Rio Branco. De fato, quando criança, nunca imaginei que estaria diretamente à frente dos trabalhos e junto com meu irmão Gilson, presidente que me antecedeu, para tirar o Rio Branco da 4ª divisão. Me sinto honrado!
O JOGO – Quais seus fieis escudeiros nesta campanha?
CLÁUDIO – Gilson Bonaldo, que foi quem deu início a esse sonho. Viemos trabalhando arduamente para colher o que estamos colhendo hoje, são anos de reestruturação, literalmente colocando a casa em ordem para que o futebol pudesse avançar. Vinicius Carreo, nosso amigo e grande parceiro de trabalho, pessoa honestíssima e muito competente, que também, desde o início, acreditou nesse sonho e lutou conosco lado a lado. Brenno Presoto, gerente de futebol, profissional de altíssima qualidade e competência, que se doou integralmente em busca do ideal traçado pelo clube. Thiago Gentil, diretor de futebol, currículo extenso e de excelência, que veio para somar e sua trajetória aqui no Rio Branco começou com sucesso e assim se firmará. Graças ao nosso bom Deus, hoje temos muitas pessoas de bem, de confiança ao nosso lado. Não daria pra citar todos, mas agradeço a todos os conselheiros, especialmente ao Laureano Castanho Xavier Rabelo e Junior Duarte, presidente e vice do Conselho, grandes amigos, profissionais de extrema competência e seriedade, que contribuem diretamente para o sucesso do clube.
O JOGO – Se fosse para escolher uma pessoa para dedicar esta conquista, quem seria?
CLÁUDIO – Sou grato e dedico a Deus que em todos os momentos, inclusive nos mais difíceis, esteve comigo, sem me deixar esmorecer. Infelizmente não seria possível dedicar a uma única pessoa, mas dedico especialmente a toda minha família, meus amigos a quem sempre pude contar, aos apoiadores, patrocinadores que acreditaram. Em especial dedico, aos meus pais, irmãos, cunhados, minha noiva, meus filhos, netinha e a todos americanenses e riobranquenses que acreditaram nesse sonho de voltar a cantar o hino de vitória do clube.