São Domingos, o campeão do Topo Gigio

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Há algumas semanas, pouco antes do isolamento que o coronavírus impôs ao mundo, fui até a fábrica da Velas Moroabá, na Vila Biasi, aqui em Americana – a empresa é uma das patrocinadoras do O JOGO há mais de 15 anos.

Na conversa com Serginho Meneghel, um dos sócios e que  foi presidente do Rio Branco por dois mandatos, ele me mostrou, em seu celular, a foto do time do São Domingos Futebol Clube, campeão do Topo Gigio, torneio realizado em Americana em 1969.

Pedi para que Serginho me encaminhasse a foto para publicação. Prontamente, ele atendeu e hoje compartilho com os amigos a imagem e um pouco da história.

O torneio levou o nome do ratinho Topo Gigio, personagem de programa infantil exibido inicialmente na Itália na década de 1960 e que tornou-se conhecido em todo planeta.

A ideia partiu de Geraldo Pinhanelli, que teve apoio na realização de Jota Junior e Paulo Sérgio Camargo – todos, à época, radialistas na Clube AM 580 (hoje rádio Você). Pinhanelli e Paulo Sérgio já faleceram e Jota continua nos brindando com seu talento nos canais Sportv.

“Naquela época, o (Roberto) Petri e o Ely (Coimbra) organizavam um torneio de futebol dente de leite pela TV Tupi. O Pinhanelli, perspicaz como sempre, resolveu fazer algo semelhante aqui em Americana e colocou o nome de Topo Gigio, pois o bonequinho fazia muito sucesso entre a criançada”, contou Jota.

Destinado a garotos com idade entre 13 e 15 anos, o Topo Gigio, de acordo com Serginho Meneghel, foi disputado de janeiro a maio de 1969 e teve a participação do São Domingos, Dom Bosco, Vasco da Gama, Rio Branco, Monteiro Lobato e Real Frezzarin.

Os jogos aconteceram todos no Estádio Municipal Victório Scuro, outrora conhecido como Campo do Vasquinho e hoje denominado Arena Colorado, no tradicional bairro da Conserva, onde nasci e vivi durante 18 anos.

O campeão foi o São Domingos, que também havia conquistado o título do torneio início, realizado entre novembro e dezembro de 1968.

Na foto, a partir da esquerda, estão: em pé – José Antonio Rodrigues, o Zé Pulga, técnico que até hoje está em atividade em Americana (atua no projeto do Colorado Esporte Clube), Beto, Zetão Pontello, Desenho, Eli, Gilberto (já falecido e pai do meio-campista Chorão, que jogou pelo Rio Branco), Alemão e Batista Gobbo (já falecido e principal incentivador para a formação do time); agachados – Fino, Gersinho, Carlinhos, Serginho Meneghel, Robertinho, Marcos Antônio Gobbo (já falecido e que tem seu nome na praça de esportes do bairro Jardim São Pedro), Peão e o mascote Betinho Ricardo (que, mais tarde, transformou-se num dos jogadores de futsal e futebol amador mais conhecidos da cidade).

“Desse pessoal que está na foto, eu e o Eli eramos do São Manoel; o Desenho da Vila Gallo, o Carlinhos da Cidade Jardim, o Gersinho do Jardim São Paulo, o Beto do Bela Vista e o Peão do Jardim América. Os demais eram todos do bairro São Domingos”, salientou Serginho.

“O time foi formado para jogar o Topo Gigio e depois ficou junto por dois ou três anos só fazendo amistosos. Lembro que chegamos a jogar até contra a Portuguesa (de Desportos) e o Juventus, além de times de Campinas e Nova Odessa. E tinha também amistosos contra o pessoal de Americana”, contou.

“Quem me convidou para ir para o São Domingos foi o Eli e aceitei porque no São Manoel não teria vaga para mim. Eu era goleiro e quando cheguei no São Domingos, fiquei sabendo que já tinha outros dois goleiros. Quando o Zé Pulga perguntou minha posição, falei que era centroavante e acabei jogando nesta posição. Se tivesse falado que era goleiro, seria reserva do reserva”, lembrou Serginho.

Rindo, o ex-presidente do Rio Branco ainda acrescentou: “Depois do Topo Gigio, o time foi sendo reforçado. Quando chegou um centroavante melhor, virei ponta. E quando chegou um ponta melhor, resolvi parar de jogar. Nunca fui nenhum craque, mas corria bastante.”

Serginho Meneghel era um dos melhores amigos de Marcos Antonio Gobbo, que chegou a vestir da camisa do Vasco da Gama de Americana no Campeonato Paulista da 2ª Divisão de Profissionais.

No dia 15 de setembro de 1974 – eu tinha de 9 para 10 anos de idade e estava lá no estádio -, no jogo Vasco x Nacional, Gobbo caiu em campo aos 35 minutos do primeiro tempo.

O jogador foi socorrido e levado ao Hospital São Francisco. Pouco tempo depois, chegou a informação de seu falecimento, vítima de embolia cerebral. Era meio-campista e tinha apenas 17 anos…

Marcos Antonio Gobbo foi eternizado no esporte de Americana com seu nome na praça de esportes do Jardim São Pedro.

Meus agradecimentos a Serginho Meneghel e Jota Jr., que contribuíram de maneira fundamental para a coluna desta semana.

Até a próxima e segue O JOGO

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