Por onde anda? Ricardo Veronese…

Ricardo Veronese participa da programação da rádio Brotense

Durante duas décadas, Ricardo Veronese Neto foi a voz nas transmissões dos jogos do Rio Branco no rádio de Americana. Professor de educação física, chegou na cidade no final dos anos 1970 e fez nome com sua equipe de esportes na FM Notícia. Recebeu o título de Cidadão Americanense e também trabalhou na prefeitura, a maior parte do tempo na área de esportes.

Hoje aos 65 anos, casado com Maria Aparecida, pai de Aline e Maysa e avô de Felipe, Veronese é chefe de Gabinete na prefeitura de Brotas, sua terra natal. E, para não perder o pique, fala sobre esportes em quatro horários na rádio Brotense (FM 102,5) Em entrevista ao O JOGO, ele contou um pouco de sua vida em Americana e do momento atual. Confira!

O JOGO – Você veio de Brotas para Americana para dar aulas de educação física no Sesi. Em que ano foi isso e até quando você conciliou rádio e escola?

RICARDO VERONESE – Cheguei em Americana em 1978, no dia 24 de abril. Tinha Americana e Bauru como opções e escolhi o Sesi 101 de Americana. Conciliei aulas e rádio porque ficava no Sesi até as 11h30 e o programa de jornalismo esportivo na rádio Clube começava ao meio-dia. Isso foi de 1978 até 1989, quando deixei o Sesi. Como também dava algumas aulas em Nova Odessa e Sumaré, além de Americana, a vida era bem corrida.

O JOGO – Como foi sua entrada na FM Notícia? Alguém “apadrinhou”?

VERONESE – Entrei na Notícia uns dois anos após sua fundação por indicação do Jota Junior. Um dia, encontrei com ele no Bié Lanches, que era uma lanchonete na rua Fernando Camargo, na parte que hoje é calçadão. Eu tinha acabado de sair da Clube e o Jota me disse que eu não podia ficar fora de rádio. Ele ele falou para eu ir até a Notícia conversar com o Edilberto (de Paula Ribeiro), Regis (Ismael Ribeiro) e o Pinhanelli (Geraldo), que eram os diretores da emissora. O Jota disse para falar em nome dele e que tinha certeza que eu ficaria com a equipe de esportes. E deu tudo certo. Devo muito a ele.

O JOGO – Durante quantos anos você ficou na Notícia?

VERONESE – Fiquei aproximadamente uns 15 anos. Inicialmente, como funcionário da rádio. Depois, passei a ter a própria equipe, que foi uma das melhores do Interior, com Jota Junior, Antonio Edson, Jorge Ferreira (falecido). Tive a ousadia à época de contratar o Osvaldo Maciel. Tinha também o querido Rogério Assis, entre outros.

O JOGO – Depois da Notícia, qual foi sua trajetória?

VERONESE – Entrei na prefeitura de Americana, a convite do Dr.Tebaldi (Waldemar, prefeito já falecido) e Dr.Erich (Hetzl Junior, que também foi prefeito), em 1996, e também trabalhei na TV Americana, onde, a princípio, tinha um bloco de esportes dentro do programa do Jairo (Camargo Neves) e depois tive o meu próprio programa. Conciliava prefeitura e televisão.

O JOGO – Cite três momentos marcantes de sua vida em Americana.

VERONESE – São muitos fatos. O primeiro quando nasceu minha filha em Americana. O segundo fato, que é extraordinário, é que recebi no dia 4 de julho de 2004 o título de Cidadão Americanense. E terceiro que fiz minha vida em Americana. Quando optei por Americana ao invés de Bauru, acabei acertando na mosca.

O JOGO – E três momentos que gostaria de deletar.

VERONESE – São muito poucos, pois tive muitas, mas muitas alegrias em Americana. Uma das poucas tristezas foi a queda do Rio Branco da 1ª para a 2ª divisão. Muito triste ver onde o Rio Branco chegou.

O JOGO – Quais cargos ocupou na prefeitura de Americana e como foi essa experiência?

VERONESE – Na prefeitura, desde a época do Dr.Tebaldi, eu só não trabalhei na administração do Dr.Frederico (Polo Muller). Trabalhei com todos os demais. Primeiro fui diretor de Esportes, depois diretor de Cultura, fui secretário de Esportes e chefe de Cerimonial. Foi uma experiência maravilhosa, super válida, adoro trabalhar no setor público. Uso hoje aqui em Brotas essa experiência de 10, 15 anos adquirida em Americana.

O JOGO – Quando e por que você decidiu voltar para Brotas?

VERONESE – Voltei em 2017. Meu primo Modesto Salviato Filho (que faleceu em junho de 2018) ganhou as eleições de 2016 em Brotas, e ele e o vice Leandro Correa, que hoje é o prefeito, me convidaram para ser chefe de Gabinete. Aceitei o convite por entender que minha missão em Americana havia terminado e porque quase toda minha família mora em Brotas.

O JOGO – Alguma mágoa em sua saída de Americana?

VERONESE – Fiquei muito triste quando fui demitido pelo Paulo Chocolate (era presidente da Câmara de Vereadores e assumiu interinamente como prefeito após a cassação de Diego De Nadai). Não sei porque, mas ele não gostava de mim e interrompeu uma carreira que eu adorava, que era fazer o cerimonial da prefeitura. Foi um fato bastante marcante. Até hoje ele não me deu explicações sobre a demissão.

O JOGO – Para finalizar, do que e de quem mais sente saudades de Americana?

VERONESE – Sinto saudades da minha equipe de esportes, que, como disse anteriormente, foi uma das melhores de todo Interior de São Paulo, com grandes profissionais e audiência massacrante. Saíamos à rua e todo mundo conhecia a gente. Isso marcou muito. Até hoje tenho um grupo de amigos que me mandam notícias de Americana e fico muito feliz, pois mostra que meu nome ficou marcado aí. Eu fui, segundo levantamento do Roger (Willians, vice-prefeito e radialista), o narrador que mais transmitiu jogos do Rio Branco em toda a sua história.

Veronese, com a esposa Maria Aparecida e as filhas Aline e Maysa