“O Rio Branco não deu liga em 2022”

Apaixonado pelo Rio Branco desde criancinha, típico torcedor de arquibancada, daqueles que acompanham o time onde e como estiver, Luís Guilherme Gallo está há algumas temporadas atuando no futebol do clube de Americana. Neste ano, assumiu o cargo de vice-presidente e tinha o sonho de levar o time à Série A3 da próxima temporada.

A eliminação precoce na 2ª fase do Campeonato Paulista da Segunda Divisão (Bezinha) foi um duro golpe, que ainda vai demorar um tempo para ser assimilado. “O time não deu liga”, reconheceu o dirigente.

Em entrevista ao O JOGO, Luís Guilherme admitiu que sente-se triste e chateado, admitiu que alguns erros foram cometidos no planejamento e não definiu ainda se continua na vice-presidência para o próximo ano, embora tenha assegurado que, com cargo ou sem cargo, estará à disposição para colaborar com o Rio Branco.

Confira os principais pontos da entrevista!

O JOGO – QUAL O SEU SENTIMENTO POR NÃO CONQUISTAR O ACESSO?

LUÍS GUILHERME GALLO – De tristeza, de chateação. A gente cria expectativa, trabalha para chegar no objetivo (acesso) e acaba não alcançando. Erramos em algumas partes de comissão técnica, não tivemos o sucesso que esperávamos, inclusive de preparação física. Na formação do elenco, o projeto foi montado com um treinador experiente e no final muitos jogadores que o Betão (Alcântara) tinha para trazer, ele não trouxe. A diretoria, então, correu atrás e contratou jogadores com experiência na Bezinha, que estavam jogando na A2 e na A3, mas o processo não deu certo, infelizmente.

O JOGO – QUAIS FORAM OS ACERTOS E ERROS DE 2022?

LUÍS GUILHERME – Falar em acertos agora é muito difícil, pois o principal seria o acesso. Não havia outro objetivo. O elenco foi bem montado,  jogadores com currículo bom para a Bezinha, inclusive com acessos, mas infelizmente o time não deu liga. Agora, juntando os cacos, a gente vê que errou em algumas contratações na questão extra-campo, o que prejudicou bastante.

O JOGO – EM QUAL MOMENTO VOCÊ SENTIU QUE O TIME NÃO ESTAVA FLUINDO COMO ESPERADO?

LUIS GUILHERME – Desde o início do campeonato, o Rio Branco não vinha fazendo jogos bons, mesmo quando vencia. O futebol não era convincente, não nos deixava tranquilos. Tem dois jogos que o time foi muito bem, um contra o Independente, aqui em Americana, e outro contra o Amparo, lá, que foi uma decisão e achamos que a partir dali iria decolar. Depois, tivemos o jogo contra o União São João, em casa, para fechar a 1ª fase, e, com todo respeito ao adversário, o Rio Branco tinha que fazer uma apresentação para convencer e não fez, o que nos deixou com um pé atrás. E na estreia da 2ª fase, contra o Mauá, mesmo com a arbitragem prejudicando, não poderíamos ter perdido de jeito nenhum.

O JOGO – A TROCA DE TÉCNICOS, A DUAS RODADAS DO FINAL DA 1ª FASE, E A CONTRATAÇÃO DE JOGADORES PARA A 2ª TIVERAM INFLUÊNCIA NA ELIMINAÇÃO?

LUÍS GUILHERME – O Betão não vinha fazendo uma boa campanha e tínhamos uma decisão em Amparo, por isso fizemos a troca. Havíamos (dirigentes) conversado para trocar antes, mas demos mais um voto de confiança. Depois, o Paulinho assumiu, conseguiu ajeitar a casa para o jogo contra o Amparo, mas se perdeu na sequência. Tínhamos quatro trocas (de jogadores) para fazer na 2ª fase e acreditamos no projeto do Paulinho, que indicou esses quatro reforços. Já havíamos trazido dois que ele também fez a indicação ainda na 1ª fase. E essas contratações não deram certo e prejudicaram o clima entre os jogadores. Não deu liga.

O JOGO – ALGUMA RECLAMAÇÃO QUANTO À PRESENÇA DE TORCEDORES NO ESTÁDIO E APOIO DE EMPRESÁRIOS?

LUÍS GUILHERME – Não temos nada que reclamar da torcida. Pelo contrário. Os torcedores sempre apoiaram o Rio Branco. Só temos que pedir desculpas por não ter conseguido o acesso. Tem os apaixonados, como a Malucos do Tigre, que, independentemente da divisão, sempre estão com o time. Entendo que os empresários de Americana poderiam investir mais na questão de patrocínio para termos um time mais forte.

O JOGO – VOCÊ PRETENDE SEGUIR NA VICE-PRESIDÊNCIA DE FUTEBOL?

LUÍS GUILHERME – Ainda não conversei com o presidente (Gilson Bonaldo) e com ninguém da diretoria, mesmo porque ainda temos mais dois jogos pela frente. Ser vice de Futebol é bem desgastante, temos que deixar trabalho e família de lado, tudo para se dedicar ao clube. Não sei se continuo no cargo. Vou avaliar, mas independentemente de estar como dirigente, sempre vou ajudar, colaborar, pois o Rio Branco é uma paixão desde criança. Não sei se o Gilson quer trazer alguém, tipo um diretor executivo, mas sempre estarei à disposição para ajudar no que for possível. A Bezinha é um campeonato difícil de trabalhar, principalmente pela idade dos jogadores (até 23 anos). Os moleques são muito instáveis e nosso desgaste é grande. Vamos aguardar e depois ver o que o presidente planeja para o ano que vem.

Texto: Zaramelo Jr. @zaramelojr