Durante exatos 22 anos, Nathália Chiachio Barreira foi o principal nome da equipe feminina de tênis de mesa de Americana. Dos 9 aos 31 anos de idade, representou a cidade nos mais diversos campeonatos e conquistou inúmeros títulos. Também teve passagens vitoriosas pela seleção brasileira.
Hoje aos 36 anos, Nathália trocou o esporte pelo Poder Judiciário. Há pouco mais de dois anos, prestou concurso público e trabalha no Cartório das Execuções Criminais e Tribunal do Júri em Americana.
“Quando meu pai ficou doente e precisou de um longo tratamento, ficava bastante com ele em São Paulo e resolvi prestar concurso público. Não gostava de dar aulas”, disse a ex-mesatenista, que é formada em Educação Física.
Apesar da carreira vitoriosa, Nathália Barreira descartou qualquer possibilidade de retorno às competições e afirmou que o ciclo no esporte chegou ao fim. Ela conversou com O JOGO. Confira!
O JOGO – Você competiu por Americana durante quantos anos?
NATHÁLIA BARREIRA – Durante 22 anos, entre 1993 e 2015. Comecei com 9 anos.
O JOGO – Quais seus principais títulos?
NATHÁLIA – Nossa, foram vários! Pode até ser que erre no número de vezes de um ou outro. Fui sete vezes campeã paulista; cinco vezes campeã brasileira individual e três vezes por equipes; campeã sul-americana individual, por equipes e duplas, no Chile; campeã latino-americana por equipes, no México; e nono lugar nas Olimpíadas de Jovens, na Rússia.
O JOGO – Pelo o que você vê e acompanha hoje do esporte de Americana, quais as principais diferenças da sua época?
NATHÁLIA – Tenho acompanhado bem pouco, mas a impressão a que tínhamos mais apoio, a lei de incentivo do ISSQN (havia acabado quando encerrei as atividades) ajudava muito e Americana vivia, acompanhava e vibrava com as equipes.
O JOGO – Como foi sua trajetória pela seleção brasileira?
NATHÁLIA – Consegui minha primeira vaga na seleção em 1997 para disputar o Sul-americano no Chile. Lembro muito desse dia! Permaneci até 2004 jogando na seleção. O esporte me permitiu jogar entre 20 e 25 países. A experiência de vida que me proporcionou é imensurável. Sou eternamente grata.
O JOGO – Quais eram suas principais adversárias?
NATHÁLIA – Dentro do País eram as jogadoras, principal da Capital e da região do ABC, mas as do Rio de Janeiro e região Sul também eram muito competitivas. Na América do Sul, chilenas e colombianas. No geral, asiáticas e europeias jogavam e jogam demais.
O JOGO – Qual foi seu melhor ranking?
NATHÁLIA – No Brasileiro, fui número 1 nas categorias Infantil e Juvenil. Já no Paulista, liderei no Mirim, Infantil, Juvenil e Juventude.
O JOGO – Você continua jogando ou parou de vez?
NATHÁLIA – Estou aposentada (risos). Parei em 2016, quando estava jogando por Piracicaba. Depois disso, nunca mais joguei.
O JOGO – Não pensa em voltar a competir?
NATHÁLIA – Sinceramente, não penso. Foi um tempo maravilhoso, por 22 anos, mas a rotina de treinamentos e campeonatos é muiiiito desgastante.
O JOGO – Do que você mais sente saudades?
NATHÁLIA – Das viagens, dos campeonatos e dos amigos.
O JOGO – Na questão pessoal, tem se dedicado a que? Casou? Tem filhos? Trabalha?
NATHÁLIA – Estou praticamente casada. Não tenho filhos, mas tenho sobrinhos maravilhosos e trabalho no Tribunal de Justiça de São Paulo.
O JOGO – Como você acredita que será o esporte no mundo após a pandemia de covid-19?
NATHÁLIA – Penso que terá alguns cuidados maiores com a higiene e proteção, mas logo tudo volta ao normal.
O JOGO – Se você fosse secretária de Esportes de Americana, quais as primeiras medidas que tomaria?
NATHÁLIA – Priorizaria, num primeiro momento, a procura por parceria privada e a realização de muitos campeonatos escolares para promoção de saúde e busca por talentos.