Mundial mostra distância entre os times

– O Mundial de Clubes organizado pela Fifa tem servido apenas para mostrar a soberba gigantesca que se instaurou no futebol sul-americano e escancarar o quão distantes estamos ficando do esporte que praticam na Europa, algo que, de fato, pode ser chamado de futebol.

– Desde 2012, quando o Corinthians de Tite e Guerrero derrotou o Chelsea, os sul-americanos não ganham o Mundial. Nas últimas oito edições, quatro tiveram a final sem um clube aqui do nosso continente e os dados são ainda mais assustadores em um recorte da última década – de 2010 em frente.

– A atual fórmula de disputa, ao meu ver, é democrática, porém, não abre margens para zebras e nisso incluo as duas derrotas do Palmeiras na edição deste ano.

– O futebol praticado na América do Sul, à exceção da máquina chamada River Plate, está cada vez mais próximo daquele que se joga na América do Norte, Ásia, África e outros, quiçá já não foi ultrapassado por determinados times destes centros “menos badalados”.

– Sem querer romantizar o problema, mas aqui ainda se entende que temos o “supra sumo” da bola, nos esquecendo que os demais polos têm crescido de forma exponencial, entendido e importado conceitos distintos, reinventado a visão futebolística e melhorado, de sobremaneira, a forma como o esporte é praticado.

(Foto: Reprodução Internet)

– O Tigres do México é apenas um exemplo de trabalho similar ao que se faz na Europa, com suporte e estabilidade para um bom técnico – brasileiro, inclusive –, reforços pontuais, renovações cíclicas e projeto a médio longo prazo que, agora, começa a dar os melhores frutos.

– Cada dia mais o futebol sul-americano está próximo de centros menos importantes e, abissalmente, distante do futebol europeu.

– Infelizmente, a perspectiva é que sigamos assim por bons e longos anos, afinal, a cultura de que os grandes craques só se fazem aqui continua – e tem muita gente que acredita que os times que desfilam por nossos campos ainda são as máquinas como o Santos de Pelé e o São Paulo de Telê, por exemplo. Uma pena.

–  Abraços aos amigos palmeirenses Gustavo Degrande e Buba Guimarães, que são “craques da corneta”.

RENAN BINOTTO ZARAMELO

Advogado e jornalista