Michel planeja subir mais degraus na arbitragem

O americanense Michel de Camargo fez esta semana sua estreia na elite do Campeonato Paulista como quarto árbitro no jogo Corinthians x Ferroviária, em Itaquera, zona leste de São Paulo. Foi a concretização do sonho iniciado em 2015 na Copa Americana de Futebol Evangélico, a convite do esportista Henrique Silveira.

Aos 31 anos, casado com Bruna e pai de Samuel, de um ano e cinco meses, Michel é servidor público municipal e atua como escriturário no Ciep do bairro São Vito. Está cursando faculdade de Educação Física e planeja subir mais degraus na arbitragem, mas, como ele próprio diz, “tudo com os pés no chão”.

No início da semana, no intervalo da pré-temporada realizada pela Federação Paulista de Futebol (FPF) no Oscar Inn, em Monte Sião, divisa de São Paulo com Minas Gerais, o árbitro de Americana conversou com O JOGO. Confira!

O JOGO – Você também faz parte daquele grupo que entrou na arbitragem porque não deu certo como jogador de futebol?

MICHEL DE CAMARGO – Sim (risos). Tentei ser jogador. Como não consegui, virei árbitro para continuar no futebol.

O JOGO – Como foi seu início na arbitragem?

MICHEL – Comecei através do convite do Henrique Silveira na Copa Americana, que hoje já não acontece mais, mas por muito tempo foi referência em competição entre igrejas. Isso foi em 2015, aproximadamente.

O JOGO – Quando você fez o curso de arbitragem e qual seu primeiro jogo em campeonato da FPF?

MICHEL – Fiz o curso de arbitragem em 2017 e 2018. E o primeiro jogo foi Flamengo de Guarulhos 1×1 Atibaia, pelo Campeonato Paulista Sub-11. Foi no dia 24 de junho de 2018.

O JOGO – E no profissional?

MICHEL – No profissional, apenas como quarto árbitro na Segunda Divisão, a famosa Bezinha. E amanhã (terça-feira), vou fazer Corinthians x Ferroviária na Série A1 também como quarto árbitro.

O JOGO – Você apitou na Copa São Paulo este ano, né?

MICHEL – Fiz jogos em todas as categorias da Federação, até o sub-20, e agora em 2022 estive sim na Copinha. Apitei quatro jogos na 1ª fase e fiz um quarto árbitro na 2ª. Foi a primeira Copa São Paulo que trabalhei.

O JOGO – A pré-temporada que você está no Oscar Inn é para o profissional ou para categorias de base?

MICHEL – A pré-temporada é do profissional, porém, quem determina o planejamento e categorias é tudo a Federação. Posso ser escalado tanto para jogos profissionais como de categorias de base.

O JOGO – Você tem pretensão de chegar ao quadro da CBF (Confederação Brasileira de Futebol)?

MICHEL – Tudo depende das escalas e atuações, pois essa indicação ao quadro nacional parte somente da FPF. É ela quem indica os árbitros.

O JOGO – Americana tem três ex-árbitros (Maurício Fioretti, José Henrique de Carvalho e Anselmo da Costa). Você tem contato com algum deles?

MICHEL – Depois que comecei a apitar em Americana, passei a ter contato com o José Henrique. Temos grande amizade até os dias de hoje. Ele me ajudou muito com orientações desde o início da minha carreira.

O JOGO – Tem algum árbitro em quem você se espelha?

MICHEL – Não digo espelhar, mas buscar referências. Em São Paulo, atualmente, temos grandes árbitros, principalmente no quatro internacional, como o Raphael Claus, Luiz Flávio de Oliveira, Flávio de Souza. São árbitros que sempre buscamos referências para trazer para nossas atuações.

O JOGO – Qual seu sonho? Até onde você espera chegar?

MICHEL – Acredito que o sonho de todos os árbitros é a Copa do Mundo, mas hoje tenho o objetivo de seguir subindo os degraus, tendo consciência de onde estou e buscar o próximo passo. Pés no chão, sempre!