Manuela Ballan Sega, a Manu, 14 anos, da Natação Americana, é um fenômeno das piscinas. Desde que começou a praticar a modalidade, aos 6 anos, vem colecionando vitórias atrás de vitórias, recordes e convocações para a seleção brasileira. A presença no topo do pódio tornou-se rotina em sua trajetória esportiva, seja no Brasil, seja no Exterior.
De novembro do ano passado para cá, Manu simplesmente aniquilou com a concorrência na maioria das provas que disputou. Principal nome feminino da natação de Americana após as irmãs Patrícia e Milene Comini da Silva, que brilharam nos anos 1990, a filha do médico Renato Sega e da dentista Karen Ballan Sega tem sonhos como toda adolescente que está no esporte.
E, claro, o maior deles é representar o Brasil numa Olimpíada. “Agora ainda está um pouco distante (ir aos Jogos Olímpicos), mas é isso que quero, que estou indo atrás. Meus resultados mostram que estou indo bem. É meu sonho. Tem muita piscina pela frente e pode acontecer”, disse a nadadora, em entrevista ao O JOGO.
Manu também planeja disputar edições do Mundial e ir para fora do país em busca da evolução nos estudos e no esporte. “Depois que terminar o colegial, quero ir para uma faculdade nos Estados Unidos para estudar e nadar”, afirmou – esse é o caminho da grande maioria dos nadadores brasileiros.
Os resultados que a nadadora de Americana tem obtido novembro para cá confirmam o potencial que vem demonstrando desde as primeiras braçadas. “Acredito que as vitórias têm sido algo natural da minha evolução”, frisou, de maneira tímida, uma de suas características fora da água.
Para se ter uma ideia – e não precisar voltar tanto no tempo -, no primeiro semestre do ano passado, em sua estreia no Campeonato Brasileiro, no Minas Tênis Clube, em Belo Horizonte-MG, Manu Sega ganhou todas as provas individuais que disputou e, de quebra, ficou com o troféu de melhor índice técnico. Antes, havia conquistado sete medalhas num torneio no Peru.
Alguém dúvida que ela realizará seus sonhos?
R E S U L T A D O S
NOVEMBRO 2021
SUL-AMERICANO – PERU
Ouro – 100m peito
Ouro e recorde – 50m peito
Prata – 200m peito
DEZEMBRO 2021
BRASILEIRO – COLOMBO-PR
Ouro – 100m peito
Ouro – 100m livre
Prata – 400m livre
3º lugar – 200m livre
PAULISTA
Ouro – 100m peito (*)
Ouro – 100m livre
Ouro – 200m peito
ABRIL 2022
TROFÉU MARIA LENK – RIO
Final – 50m peito (*)
JOGOS SUL-AMERICANOS – ARGENTINA
Bronze – 50m peito
Bronze – 100m peito
4º lugar – 200m peito
* Melhores marcas pessoais
A pedido do O JOGO, o técnico Fábio Cremonez, da Natação Americana, fez avaliação sobre Manuela Ballan Sega, a Manu. Confira o que ele disse sobre a nadadora de 14 anos!
“A Manu vem evoluindo bastante ao longo dos anos. Sempre foi uma menina de bastante destaque. Desde que começou, sempre teve facilidade muito grande. E vem melhorando os resultados a cada categoria. Quando ela entrou no infantil, tivemos lacuna de praticamente um ano e meio sem competição por causa da pandemia.
Ela vem tendo uma melhora, uma evolução muito boa. Acho que é pouco cedo para projetar aquilo que a gente almeja, que é uma Olimpíada, talvez 2024 ou 2028, mas ela está trilhando o caminho. Até não gosto de projetar, de criar expectativa, mas ano a ano, pela evolução, tem chances de chegar.
Ela é uma menina que, talvez em 2026, vai para os Estados Unidos. O irmão dela (Vitor Ballan Sega) deve ir o ano que vem. É um caminho.
Da história da natação de Americana, pouco acompanhei as irmãs Comini – Patrícia e Milene -, mas acredito que, desde então, a Manu é o principal expoente em nível feminino.
O trabalho que a gente faz é o de progressão. Ela começou com a gente desde o mirim. No infantil, teve a lacuna da pandemia, mas agora está conseguindo voltar à evolução. Está passando por um processo muito grande de aprendizado, de amadurecimento.
Participou do Brasileiro Adulto e ficou entre as 10 melhores nos 50m peito, apesar da idade ainda. E agora foi para os Jogos Sul-Americanos com meninas mais velhas. É tudo parte do aprendizado que fará com que ela evolua tanto física como tecnicamente.
É um trabalo de progressão ano a ano. Na verdade, a gente projeta semestre a semestre. O grande objetivo dela agora é o Brasileiro do meio do ano, em julho, que vai ser no Vasco, no Rio. E depois, o Brasileiro em dezembro, em Recife. Esses Brasileiros darão a ela a oportunidade de ir para algumas seleções.
No ano que vem, provavelmente, ela é uma menina que já vai acabar disputando mais afinco os Brasileiros Absolutos. Dali, vai dando pequenos passos para chegar no grande objetivo de todo atleta – e não dá para esconder – que é ser um atleta olímpico.”
Texto: Zaramelo Jr. @zaramelojr