Jogadoras de basquete adaptam treinos em casa

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Débora Costa treina em sua residência em Americana

Passadas pouco mais de duas semanas após a suspensão temporária da LBF CAIXA por conta do avanço dos casos de covid-19 no país e no mundo, as equipes e jogadoras da competição seguem o isolamento domiciliar recomendado para frear as situações de contágio da pandemia.

Com o acompanhamento à distância das comissões técnicas e sobretudo dos preparadores físicos, a rotina de treinos precisou ser adaptada para que as atletas mantenham a forma durante o confinamento. Débora Costa, armadora do Sesi Araraquara, busca organizar tudo para que as atividades em casa não sejam muito diferentes das habituais, na academia e na quadra.

“Estou tentando manter minha rotina com os horários próximos de quando treinávamos na academia e na quadra. Com o suporte que nossa comissão técnica tem nos dado, facilita bastante. Assim, estou adaptando da melhor maneira, fazendo o máximo para manter a condição física principalmente. Os treinos que faço com bola, por exemplo, são dribles, passes e imitações de arremesso”, diz a líder em bolas recuperadas da última temporada e terceira em assistências, que nasceu e mora em Americana.

Alana, armadora do Ituano Basquete, conta que já passou por algo semelhante – em outras circunstâncias. “Já fiz treinos em casa outras vezes na minha vida, então não foi difícil adaptar os treinos em casa. Porém, é sim totalmente diferente do estímulo que temos na academia e nas quadras. Estou tentando manter uma rotina parecida com a que sempre tive. Sigo treinando duas vezes ao dia e às vezes faço um terceiro treino para gastar um pouco mais de calorias”, conta o reforço rubro-negro para a temporada.

Principal destaque do Vera Cruz Campinas na estreia da temporada, Patty também comenta sua nova e incomum realidade. “A rotina tem sido bem diferente do dia a dia normal, mas nesse momento precisamos nos adaptar. Procuro fazer treinos aqui em casa mesmo, usando o peso do corpo, halter e também a bola de basquete, para conseguir manter um condicionamento físico. É claro que não se compara aos treinos que fazemos em quadra, mas é uma forma de manter o corpo em movimento”, diz a ala, presença constante nas últimas convocações da seleção brasileira.

WHATSAPP

O isolamento também mudou a forma de convivência com o restante do elenco. Para manter o ‘entrosamento’ com o grupo, o whatsapp é a principal ferramenta, como pontua Débora.

“No whats, conversamos bastante, mandamos vídeos dos treinamentos em casa, trocamos experiências do que fazemos com o tempo livre e assim conseguimos matar um pouco da saudade. Nos últimos dias tenho conversado mais com a Sil, Aline e Iza (alas-pivôs da equipe)”, diz a americanense.

“Minha última conversa foi com a Luana e a Patrícia (alas do galo), as que eu mais converso no dia a dia quando estou junto ao time. Mas também temos um grupo no whatsapp, em que a gente divide informações e tudo mais”, complementa Alana.

SAÚDE MENTAL

Se os treinos seguem em dia, outro aspecto importante a ser cuidado neste clima universal de incertezas envolve a saúde mental. Ariadna, do Santo André/Apaba, conta o que tem feito para ocupar a mente quando não está se exercitando.

“De noite, termino com as aulas online da faculdade e, assim, vou levando esse tempo de isolamento de um jeito que consiga continuar treinando meu corpo e cuidando da minha saúde mental, que é também muito importante nesse momento”, diz a ala, maior cestinha da história da LBF CAIXA com 2.740 pontos, que diz estar contando também com o auxílio de um aplicativo focado em habilidades de basquete para se manter em forma.

“Estou levando esse tempo de isolamento de um jeito que eu consiga continuar treinando meu corpo, cuidando da minha mente e curtindo minha família”, resume Débora. Já Alana ‘receita’ “meditação, treinos adaptados para fazer em casa, yoga, pilates e ler livros”.

RETORNO

De tudo que o isolamento impôs, uma coisa é unânime: elas não veem a hora de voltar à ação real. “Sem dúvidas, o que eu mais sinto falta é das quadras. Abstinência pura!”, diz a jogadora do Ituano Basquete.

“Estou sentindo muita falta dos treinos e jogos, além do bom ambiente que temos no time”, completa Débora Costa.

“Nesse momento, o que todos devem fazer, não só nós atletas, é se cuidar, de preferência ficando em casa. Assim, logo poderemos voltar às nossas vidas normais”, finaliza Patty.

A décima edição da LBF CAIXA começou em 8 de março com a vitória do Santo André/Apaba sobre o Ituano Basquete, mas foi suspensa seis dias depois, como medida de prevenção.

Uma reunião virtual realizada na última semana entre a entidade e representantes das equipes e da comissão de atletas determinou que o campeonato segue suspenso ao menos até 30 de abril, prazo que poderá ser prorrogado após novas avaliações das condições de saúde pública no cenário nacional.

Texto: Matheus Moura/Assessoria de Imprensa da LBF (Liga de Basquete Feminino)

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