Iza realiza sonho e estreia no profissional

Dênis, Ricardo e Iza de Oliveira, em Porto Feliz: jogo de estreia

A americanense Izabele de Oliveira, a Iza, 25 anos, realizou um sonho e estreou no futebol profissional. Ela atuou como árbitra assistente 2 no jogo Desportivo Brasil 0x0 Batatais, no dia 6 de março, em Porto Feliz, na rodada de abertura do Campeonato Paulista da Série A3. A equipe também contou com o árbitro Ricardo Bittencourt da Silva, o assistente 1 Dênis Afonso Ferreira, o quarto árbitro Rafael Prini e o avaliador de campo Paulo Roberto Maffei Amorim.

“Foi um momento mágico e ao mesmo tempo desafiador. Me desliguei do mundo e mantive minha concentração o tempo todo em campo”, contou Iza, que voltou a ser escalada no jogo Barretos 1×3 Primavera, válido pela terceira rodada, que aconteceu em Barretos, no dia 14 do mês passado. Em seguida, todos os campeonatos da Federação Paulista de Futebol (FPF) foram suspensos por causa da pandemia.

“Espero que tudo isso acabe logo para voltarmos a fazer nossos jogos com tranquilidade, sem se preocupar com esse vírus, sentindo a energia das torcidas e trabalhando para ter mais oportunidades de viver tudo isso, que, para mim, é extraordinário”, comentou a árbitra de Americana.

SUPERAÇÃO

Iza de Oliveira revelou que sentiu um pouco de frustração no ano passado por ter ficado de fora dos jogos, mas conseguiu dar a volta por cima. “Tenho certeza do que eu quero ser: uma árbitra de futebol de alto nível. Coloquei na minha cabeça que não perderia para mim mesmo e não deixei de trabalhar, não deixei de treinar”, afirmou.

Formada na Escola de Árbitros da FPF em 2018, a americanense vinha trabalhando em campeonatos de categorias de base até que, no início deste ano, fez o teste para o profissional e foi aprovada. “Mulher faz o mesmo teste que o homem. Eu sabia das dificuldades, não só físicas, mas também psicológicas. Por isso, o primeiro degrau que eu tinha que subir era vencer o desânimo. E consegui. Deus é muito bom”, disse.

De acordo com Iza, algumas pessoas chegam a chamá-la de “maluca” por ser árbitra de futebol. “Pelo fato de ser mulher, todo mundo acha que é mais difícil, mas quero servir de exemplo e incentivar outras mulheres, mostrar que é possível e que, mesmo que seja complicado, ninguém pode deixar de sonhar, muito menos desistir”, finalizou.

Texto: Zaramelo Jr. | O Jogo