Texto: Amanda Demétrio
O ano de 2020 não foi fácil para ninguém: a pandemia transformou a vida das pessoas e trouxe o “novo normal” à tona. No esporte, o desafio não foi diferente, e exigiu muitas adaptações para sobrevivência de equipes, atletas e modalidades. Mas, ao contrário do que muitos imaginavam, o atletismo olímpico do Sesi-SP não só resistiu ao momento, como superou as expectativas e recordes da modalidade.
Após cerca de sete meses sem campeonatos, o Sesi voltou a competir no início de novembro no Campeonato Paulista, depois seguiu para o GP Brasil de Atletismo, Troféu Brasil e encerrou o ano no Campeonato Brasileiro de Atletismo Sub-23. Em todas as disputas, seus atletas subiram ao pódio e garantiram resultados expressivos para a modalidade.
“Minha avaliação é positiva, porque, pensando em treinamento, como nossa equipe é jovem, ganhei mais um ano para preparação olímpica. Foi um ano atípico, difícil, porque todos os atletas tiveram que ficar um período muito longo em casa, mas conseguimos sair bem dessa fase”, comentou o técnico Darci Ferreira.
Entre o grupo que treina no Sesi Santo André, o destaque ficou para o americanense Felipe Bardi, o jovem de 22 anos e ex-aluno do Sesi, que acumula diversas conquistas em sua carreira, como o ouro na Gymnasíase da China, em 2015; bronze no Troféu Brasil Caixa de 2017 nos 100m e bronze na mesma prova no Campeonato Pan-Americano Sub-20 de Trujillo 2017, no Peru.
Em 2020, Bardi cravou seu nome na história da modalidade ao correr abaixo do índice olímpico nos 100m rasos, com a marca de 10s03 no Campeonato Paulista, a primeira competição após a paralização estabelecida pela pandemia e as medidas de isolamento. Em busca do seu melhor e de um lugar na seleção brasileira adulta, Bardi não parou por aí.
Após a conquista do prêmio de Melhor Atleta do Estado e Melhor Atleta do Brasileiro Sub-23, pela conquista do novo recorde nos 100m rasos da categoria com 10s12, Bardi detém a melhor marca dos 100m do país em 2020 com 10s11, conquistados nas semifinais do Troféu Brasil.
“Acredito que estou na minha melhor fase e os resultados mostram isso tanto nas provas dos 100 quanto dos 200m rasos. Estou feliz, focado e treinando super bem. Foi um ano de muito treino, batalha, determinação e graças a Deus deu tudo certo. Acreditei muito nas orientações do Darci e em todo planejamento do nosso trabalho”, afirmou o atleta de Americana, que não esconde o sonho de vestir as cores do país.
“O Sesi está se desenvolvendo nas provas de velocidade e os meninos que treinam comigo, Erik e Lucas, estão correndo muito bem também. Acredito que o nosso time está cada vez mais forte e precisávamos de títulos como do GP e do Brasileiro Sub-23 para fortalecer ainda mais o nosso trabalho. É a prova que podemos chegar longe, vislumbrando os Jogos Olímpicos de Tóquio. Fiz uma marca muito boa e agora a tendência é só melhorar. Quem sabe saem os nove segundos no início de 2021?”, acrescentou o velocista.