Eleito prefeito de Americana, o empresário Chico Sardelli recebeu O JOGO esta semana, em seu escritório, para expor seus planos na área do esporte. A entrevista foi no dia 1º de dezembro, data especial para o futuro chefe do Poder Executivo. Neste mesmo dia, há 30 anos, o Rio Branco conquistou o primeiro acesso à elite do futebol paulista e ele era o presidente do clube.
Com ligação efetiva no esporte – além de presidente do Rio Branco, fundou a Lafs (Liga Americanense de Futebol de Salão), jogou campeonatos de futebol e minicampo, e ocupa vice-presidência na FPF (Federação Paulista de Futebol) -, tem consciência que, naturalmente, sofrerá cobrança maior por suas ações na área.
Chico falou, no entanto, que de 1º de janeiro de 2021 a 31 de dezembro de 2024, o esporte de Americana terá um olhar diferente por parte do prefeito.
Confira os principais trechos da entrevista!
O JOGO – Você já definiu quem será o Secretário de Esportes?
CHICO SARDELLI – Não. Vou começar a tratar de nomes a partir do dia 15 de dezembro.
O JOGO – Qual será o perfil do secretário? Alguém técnico, da área de esportes, ou alguém para composição política?
CHICO – Alguém com conhecimento técnico, que entenda do riscado esporte e também de política. É uma área que sempre atuei, uma área que gosto e que vejo como transformação social. O futuro secretário de Esportes será um dos mais cobrados da administração.
O JOGO – Juninho Dias (vereador reeleito e karateca) é um nome cotado?
CHICO – Todos os nomes são nomes.
O JOGO – Em seu plano de governo, há citação da volta de campeonatos importantes de futebol, como Gigantão e Gigantinho, e realização de torneios de raquetinha e maratona, entre outros. Como você pretende viabilizar essas ações?
CHICO – Primeiro que a questão do esporte passa a ser importante no aspecto social e assim ter um olhar diferente do prefeito. Uma palavra chave da nossa administração será parceria. O prefeito vai ajudar na busca de parceiros para que possam acontecer eventos importantes. Vamos trabalhar neste sentido.
O JOGO – Quando você fala na busca por parceiros, significa que o prefeito vai atrás das empresas ou essa será uma tarefa do secretário?
CHICO – Eu vou também. Estarei junto (com o secretário) buscando (parcerias) porque é um investimento que vem para o esporte e, por extensão, à saúde e, principalmente, para o o social, que são áreas geridas através de atividades esportivas.
O JOGO – Na sua administração, a prioridade será o esporte enquanto lazer e recreação ou o esporte de alto rendimento?
CHICO – Gostaria de ter duas ou três possibilidades de esporte de alto rendimento, mas gostaria também, dentro de nossa filosofia, de ter o esporte como um ponto de transformação social das pessoas. Por isso, é importante dar atenção à base, não só no futebol, mas também em todas as outras modalidades.
O JOGO – Você entende que é importante ter uma equipe de ponta, independentemente da modalidade, para servir como espelho às crianças?
CHICO – Me lembro do Rio Branco, do basquete feminino, do handebol, do vôlei… Tudo isso leva o nome de Americana para os quatro cantos do Estado e do Brasil de maneira positiva, divulga a cidade e acima de tudo desperta em nossas crianças e jovens a possibilidade de busca e compromentimento mais sério com o esporte.
O JOGO – Na atual administração, foi instituída a cobrança de taxa para a realização de corridas de rua em Americana. Você vai manter?
CHICO – Tenho conhecimento disso. Durante o período eleitoral, andei por toda a cidade e em todos os lugares observei as pessoas fazendo corridas, caminhada, andando de bicicleta, fazendo trilhas. Vi que essas atividades estão muito acentuadas e fortes em Americana. Queremos incentivar essa prática. Aquilo que for bom do atual governo, será mantido e melhorado, e aquilo que não for, será modificado. Recebi algumas reclamações neste sentido, vou analisar nos primeiros dias que estiver na prefeitura. Quero me reunir com todas as secretarias individualmente para que num prazo de 10 dias a gente consiga determinar o ritmo e os principais pontos, pois o projeto de governo é uma abrangência de quatro anos. O que dá para fazer inicialmente, vamos fazer. Há outras situações que exigem planejamento maior.
O JOGO – Você acha que terá cobrança maior enquanto prefeito por sua ligação com o esporte?
CHICO – Aumenta a responsabilidade, mas, acima de tudo, como tenho o esporte na veia, tenho muitos contatos e nesses contatos vou pegando ideias. Vejo que, pela minha experiência, o esporte de Americana tem a ganhar. Vamos ter problemas? Em tudo se tem problemas, mas temos que buscar a forma mais prática e consensual para resolver.
O JOGO – E o futebol do Rio Branco, qual seu plano?
CHICO – Dinheiro púlico em clube particular não vai ter. Como ex-presidente, estou torcendo há tempos pelo acesso. Irmos para a Série A3 seria um bom caminho para planejarmos o Rio Branco como entidade de direito privado e já me coloquei à disposição do (Gilson) Bonaldo (presidente) e do Dr.Cláudio (Bonaldo, vice). Eles vieram aqui no meu escritório após a eleição, tivemos uma conversa, enfim, o Rio Branco terá a ajuda do Chico enquanto pessoa física, ex-presidente e esportista, e na figura também de prefeito de Americana na busca de parcerias. Dinheiro público não.
O JOGO – Para os complexos esportivos, qual sua ideia?
CHICO – Vamos fazer uma boa reforma, dar uma boa ajeitada, ao longo de nossos quatro anos. Para praticar um bom esporte, precisamos ter boa condição de equipamentos, que possam facilitar. Sem a mínima condição, ninguém consegue praticar, com a mínima, sim. Vamos reforçar as condições.
O JOGO – E sobre a lei de incentivo ao esporte, que foi suspensa, mas durante quase duas décadas manteve equipes de ponta e projetos?
CHICO – Colocamos no nosso plano e vamos analisar a questão legal da lei. Há uma corrente que diz que é inconstitucional e outra que diz que depende de entendimento para ser aplicada. Aquilo que estiver dentro da lei será aplicado. Se eventualmente não estiver, infelizmente não vamos poder trabalhar com essa questão. A priori, nosso compromisso é reativar se for constitucional. Imagino que, mesmo com as dificuldades financeiras, no início do nosso governo um mínimo de receita para o esporte vamos ter que passar para colocar em prática aquilo que preconizamos em nossa campanha.