Alan Gabriel, de Americana à consagração no Palmeiras

Alan Gabriel com a Taça Libertadores, conquistada em janeiro, no Maracanã

“Americanense de coração e criação”, como ele próprio diz, Alan Wagner Gabriel Filho, 31 anos, saiu do bairro Santa Maria, aqui em Americana, para se consagrar no Palmeiras. Formado em fisioterapia pela FAM (Faculdade de Americana), com pós-graduação em medicina do esporte e atividade física pela Estácio, ele é massoterapeuta do time que conquistou a Tríplice Coroa na temporada 2020 – Libertadores, Copa do Brasil e Paulista.

Depois de passagens por Ituano, Mogi Mirim e XV de Piracicaba, Alan Gabriel chegou ao Palmeiras em junho de 2015 para trabalhar no sub-17. Dois anos depois, começou a intercalar profissional e categorias de base, até ser efetivado no time principal em 2019. De lá para cá, passou a conviver com a sequência de títulos.

Alan Gabriel nasceu em São Paulo e veio para Americana aos 9 anos. “Meus pais moram na mesma casa desde que chegamos no Santa Maria. Meus tios e meus primos também moram aí. Meu filho é americanense. Sempre que tenho uma folga, procuro estar na cidade”, disse o massoterapeuta, casado com Carolina e pai de Nicholas, de 13 anos.

O JOGO chegou até Alan Gabriel por intermédio do esportista Renan De Angelo – os dois são amigos, fizeram faculdade e trabalharam no projeto 2º Tempo juntos. Confira os principais trechos da entrevista exclusiva:

O JOGO – Qual o segredo do sucesso do Palmeiras?

ALAN GABRIEL – É o trabalho, sem dúvida. A ideia que o Abel colocou de que “todos somos um” é realmente um fato. Há comprometimento de jogadores, staff. É você trabalhar de domingo a domingo, de sol a sol, arduamente, todo dia buscando um pouquinho a mais. Há dias em que você não está nos seus melhores, mas é aí que começa a tirar um algo a mais, independente de ser atleta ou staff. A busca pela superação faz com que as coisasa aconteçam naturalmente.

O JOGO – Como é a convivência com o Abel Ferreira e os demais portugueses da comissão técnica?

ALAN GABRIEL – Tenho uma convivência muito boa com o Abel e com todos os demais. Eles conversam o tempo todo com a gente, não é uma comissão fechada. Brincam, são totalmente abertos. Eles chegaram no clube sem conhecer praticamente ninguém e hoje têm convívio muito bom com todos.

O JOGO – Qual o ponto do trabalho do Abel que mais  chama a atenção em relação aos demais técnicos com quem você esteve no Palmeiras?

ALAN GABRIEL – A organização. Ele entendeu o que é ser Palmeiras desde o início. Nas primeiras entrevistas já deixou isso muito claro, que está aqui para trabalhar e fazer história. Ele é um cara sensacional e que vem fazendo trabalho exemplar dentro do clube. Todos os auxiliares dele atuam diretamente nos treinos e assim fica mais fácil.

O massoterapeuta de Americana com Gabriel Menino, na Academia

O JOGO – Na sua área de atuação, como é a estrutura que o Palmeiras oferece?

ALAN GABRIEL – O Palmeiras oferece tudo de melhor que se possa imaginar. É uma estrutura muito, muito, mas muito boa mesmo. O próprio Abel fala que qualquer profissional de qualquer área gostaria de trabalhar aqui. A partir do momento em que você conhece a estrutura do clube e vê tudo aquilo acontecer, é incrível. Já trabalhei em clubes do interior do Estado e, longe disso de fazer qualquer tipo de comparação, é algo surreal a estrutura que o Palmeiras tem em todas as áreas.

O JOGO – Qual o jogador mais brincalhão?

ALAN GABRIEL – O Jailson. Ele e os garotos da base, como o Gabriel Menino, Danilo, Patrik (de Paula), o próprio Wesley. A molecada está alegrando o vestiário, todos os dias, seja no treino, seja no jogo. É com dança, com música, com brincadeiras entre eles. Os garotos estão muito bem relacionados com os mais velhos do grupo.

O JOGO – E quem é aquele mais “fechadão”, mais na dele?

ALAN GABRIEL – O Benjamín (Kuscevic). Ele é mais estilo zagueirão mesmo, mais reservado. Brinca também, mas fica mais na dele.

O JOGO – Quem você cita como exemplo de comprometimento?

ALAN GABRIEL – O Wéverton. É um cara muito sério no trabalho, um cara que se compromete todos os dias a dar o seu melhor. Muitas vezes, mesmo quando é dia de folga, ele está na Academia, vai fazer alguma coisa. O Wéverton é espetacular.

O JOGO – Quais seus planos profissionais para o futuro?

ALAN GABRIEL – Soa como clichê, como os próprios jogadores também falam, mas penso em seleção brasileira de base. É um plano de curto a médio prazo. E a longo prazo, seleção principal. Hoje, com toda a estrutura que tenho dentro do Palmeiras, seria muito arriscado ir trabalhar fora do Brasil. Espero me manter cada dia mais ativo, mais fixo, mais firme no clube.

Carolina e Nicholas, esposa e filho de Alan, com Wéverton