Planeta Bola: Leicester City e o título impressionante (3)

 

– Seguindo nesse memorial ao glorioso título do Leicester em 2015/2016, vou abordar um pouco o sistema defensivo sólido daquela equipe, como já dito, a segunda melhor defesa da competição inglesa naquele ano.

– Quem tomou conta da meta dos Foxes foi Kasper Schmeichel (foto), filho de Peter, lendário goleiro dinamarquês do Manchester United. Kasper viveu o apogeu e a afirmação naquela temporada, após passagens sem significância por Manchester City, Leeds United e Notts County.

– Contratado pelo Leicester em 2011, Kasper é goleiro de bom posicionamento e apurados reflexos. Foi eleito o melhor jogador dinamarquês de 2016.

– Nas alas, como já antecipado, Danny Simpson, que chegou ao Leicester em 2014, e Christian Fuchs, trazido no começo da temporada vitoriosa, eram armas importantes na construção da última e rígida linha de 4 jogadores. Excelentes marcadores, muito dedicados em questão de posicionamento e, pelo menos, nota 5 no apoio ao ataque, muito embora esse último atributo fosse irrelevante ao desenrolar do time, dado a efetividade dos ponteiros que trataremos em um texto futuro.

– No miolo de zaga, o jamaicano Wes Morgan era o capitão. Forte, muito vigoroso e alto, o zagueiro destro era soberano nas bolas aéreas o que, além de efetivar a defesa, auxiliava nas bolas paradas ofensivas, com destaque especialmente ao essencial gol contra o United na véspera da efetivação do título.

– Morgan e Kasper (seu companheiro de setor) atuaram em todas as 38 partidas do Leicester no ano vitorioso, uma façanha especial ao primeiro, demonstrando que, embora forte e vigoroso, sempre jogou limpo e foi um dos pilares na econquista.

– O sistema defensivo era completado pelo experiente alemão Robert Huth, contratado em 2015 e figura frequente no selecionado germânico entre 2004 e 2009, jogando, inclusive, a Copa do Mundo de 2006. Huth nunca foi excepcional, longe disso, mas a sua noção tática e, especialmente, a sua precisão de desarmes eram contraponto importante a Morgan, muito mais viril e “caçador”.

– Morgan saía buscar os atacantes, Huth balanceava com postura mais calma. Além disso, Robert fazia grande uso de seu 1m91 de altura, como já exposto, uma arma importante para o time campeão.

– O Leicester sofreu apenas 36 gols em 38 jogos. A linha defensiva era especialmente protegida pelos meias recuados e complementada pelos honrosos Jeff Schlupp e Marcin Wasilewski, sempre dispostos a integrar o sistema quando ausente alguma peça.

– É importante salientar que o sucesso do time de Ranieri teve íntima ligação com a capacidade da equipe se defender de maneira eficaz, inclusive, ressaltando que sua derrocada nos anos que seguiram também guarda relação próxima com a capacidade defensiva da equipe.

– Dizem, há muito, que um bom ataque ganha jogos e uma boa defesa, campeonatos. O Leicester era a prova viva desse e tantos outros ditados!

Fraternal amplexo.

Renan Binotto Zaramelo é advogado e jornalista